Estava na maior expectativa acerca deste livro (396p., editora Kalango), que é a continuação da série Amor no Ninho, depois de ter surtado com o desfecho, que me deixou com o coração na mão (Sabe quando você assiste a uma season finale de um seriado que ama de paixão? Então, já sabe como eu realmente me senti).
A espera valeu cada minuto, porque minhas expectativas foram supridas e, ainda de quebra, estou ansiando por mais, porque Maribell conseguiu seu intento: Deixar qualquer pobre leitor surtar de emoção e raiva em meio a muitas reviravoltas que o deixará com as emoções à flor da pele, como em uma montanha-russa.
“Quero seu amor, seu amor inteiro. Por que o meu você já tem.”
Pág. 69
Depois de enfrentarem tudo e todos para vivenciar um grande amor – intenso e apaixonado, baseado em amizade e cumplicidade, repleto de compreensão, apoio e carinho –, tudo desabou na vida de Daniel e Marina.
Após os acontecimentos do volume anterior, a bailarina tenta recuperar sua antiga vida, depois do acidente que deixou sequelas. Após despertar do coma, descobre que
Dan era seu marido, mas apesar de se recordar de tudo, não tem nenhuma lembrança dele ou de sua vida em
comum. Por isso, entra em choque ao descobrir toda a verdade.
“(...): descobri que sou casada com um homem que conheci há menos de quinze dias. Nesse curto espaço de tempo, achei que era sua irmã adotiva. Ele, por consequência, seria meu irmão. Resumindo, sou casada com um completo estranho, sobre quem não sei absolutamente nada. Será que isso é motivo suficiente para justificar meu pavor?”
Pág. 16
Sentindo-se enganada, triste e nervosa fica cada vez mais dividida com seus sentimentos, pois sente uma atração forte, irresistível e inexplicável desde o momento em que o viu no hospital, o que a apavora.
“Belas Maldições. Se minha vida fosse um livro, esse seria um belo título para ela. Não poderia haver maldição mais bela que aquele homem deitado ao meu lado. Tentador a ponto de me deixar sem fôlego, perigoso a ponto de me dar medo. Medo do que despertava em mim: um mundo de sensações desconhecidas e sentimentos intensos. De que era feita essa misteriosa combinação capaz de provocar sentimentos tão contraditórios? Por que, entre tantas pessoas nesse mundo, aquela conseguia despertar essas coisas tão poderosas em mim? O que o fazia especial, diferente?”
Pág. 29
Apesar da aparente fragilidade tem uma personalidade forte e agora carrega uma sensação de perda, mas Daniel é paciente e compreensivo, porque ela – que sempre foi confiante e segura era o seu porto seguro –, agora está completamente fragilizada. Com paciência e amor, Dan conseguirá conquistá-la novamente?
Vimos que mesmo diante de suas imperfeições, ele é o mocinho perfeito, além de um ator e músico talentoso. Quem não gostaria de encontrar uma alma gêmea assim?
“Meu nome é Daniel Charles Harrison. Sou seu irmão, amigo, primeiro e único namorado, marido e amante. Sou aquele que esperou nove anos para conhecer o gosto da sua boca e as curvas do seu corpo. Sou aquele que diante de um altar jurou amar, cuidar de você e ser fiel para sempre. Sou aquele que, a cada segundo naquele maldito hospital, implorou aos céus pela sua vida; aguardava ansiosamente o seu retorno para casa, na esperança de tê-la novamente comigo. Porque ficar sem você é como ficar sem vida. Se te perdesse, nada mais faria sentido. Se te perdesse, eu deixaria de existir.”
Pág. 21
Será que o verdadeiro amor será capaz de fazer o casal superar todas as adversidades, unindo-os em meio a angústias, enquanto recompõem suas vidas?
Não importava quantas tempestades vieram ou quantas viriam, nossos destinos estavam para sempre interligados. Ontem, hoje, amanhã, sempre, eu era do Daniel, sempre do Daniel.
Pág. 131
Por outro lado, Lance é um bon-vivant irônico. Sempre gostou de atenção e bajulação, mas mudou muito desde que conheceu Shanti – uma indiana erudita, observadora e perceptiva, que sempre acreditou nele, porque viu algo além da sua aparência (gostei da sua sensibilidade, independência e autossuficiência, por respeitar as diferenças sem julgamentos, por ser amorosa e decidida).
Amargurado devido aos traumas, aos receios, às fraquezas e inseguranças diante das situações impostas pela vida, mesmo assim Lance é leal, bondoso, confiante e sedutor. Apesar de ser um romântico às avessas, é muito ciumento e sente-se inútil diante do potencial da namorada (adorei esses momentos entre os dois. Eram tão fofos!).
Dividindo o apartamento com seu irmão Samuel, com quem mal fala, vimos o quanto era volúvel e superficial nos relacionamentos, já que nunca levou nenhuma garota a sério e sempre evitou estabilidade nas relações. Parece que agora seus sentimentos são profundos e sinceros, mas levará isso adiante com Shanti, mesmo se sentindo inseguro?
Ambos têm sintonia, mas carregam as mesmas dúvidas e incertezas, devido a um segredo do passado (há um motivo por trás de tudo. Este foi um dos momentos mais tocantes da trama).
“Somos muito parecidos Shanti. Ambos não temos vergonha de quem somos; fazemos aquilo que acreditamos; nos jogamos de cabeça na vida, sem olhar para trás; aprendemos com nossos erros; caímos e nos levantamos mais fortes; (...) mesmo feridos e quebrados, ainda estamos aqui, de pé, prontos para outro dia, ansiando pelo que a vida nos reserva. Somos dois sobreviventes, você e eu.”
Pág. 180
Dois antagonistas me tiraram do sério (já imaginou todos os tipos de impropérios lançados durante as suas cenas, né? Mas convenhamos que uma história sem um “vilão” fica sem graça, não é mesmo? Nada como um deles para dar um temperinho a mais antes da sonhada felicidade): O inescrupuloso Samuel, que vive competindo com seu irmão. Além de tudo é o típico bad boy charmoso, másculo, eloquente, persuasivo e muito perigoso; e Paula, a colega "naja" de Daniel, invejosa e cobiçosa.
Ambos querem desestabilizar a relação dos nossos queridos casais trazendo muita tensão e suspense à trama de deixar qualquer leitor ávido roendo as unhas de preocupação.
“Maldita a hora em que te dei meu coração, Daniel Harrison!”
Pág. 213
Sentia uma agonia além das palavras, a dor do que foi, do que era, do que poderia ter sido e do que nunca mais seria.
Pág. 249
Achei a capa linda com esse tom azul, cujo livro é narrado sob a perspectiva dos quatro personagens – Daniel, Marina, Shanti e Lance –, que são extremamente fortes, cativantes, como também ingênuos em alguns momentos, em um enredo bem construído e desenvolvido.
A
única exceção desta primeira edição é que a revisão deixou a desejar em
alguns aspectos, o que incomodará qualquer leitor exigente. Além disso,
encontrei problemas de recuo nos parágrafos,
mas a escritora já está ciente disto e os erros serão corrigidos na
segunda edição que sai em breve, o que me deixa muito feliz. :)
Lendo-o, percebi o quanto Maribell amadureceu como escritora pela sensibilidade que transporta para as páginas com uma escrita fluída, dinâmica e envolvente.
Claro que tudo isso sem perder o fio condutor da narrativa, que arrebata o leitor desde o princípio trazendo um torvelinho de emoções, onde nos pegamos torcendo por um final feliz. Para completar, visualizei cada momento dramático, tenso, comovente, divertido e, ao mesmo tempo, pungente em duas histórias paralelas.
Amei dos personagens secundários, entre eles: a família expansiva e maluquinha de Shanti, principalmente seus irmãos intrometidos e implicantes; o vovô Harrison, que me trouxe lembranças saudosas de minha querida avó paterna.
Gostei de ver como os casais evoluíram e espero vê-los adultos no próximo volume da série, que será focado em Shanti e Lance, mas agora como protagonistas. Soube que teremos muitas surpresas por aí (medo do que a Maribell, ou melhor, do que o Samuel ou a mãe do Lance vai aprontar, porque esse casal se tornou o meu xodó).
Em meio a romance, cenas calientes, tensão e mistério, há um lado meio "sobrenatural" intercalado sempre com muito humor e nos mostrando que, mesmo diante das adversidades, só o verdadeiro amor é capaz de superar todos os obstáculos instransponíveis.
“Faça o que seu coração mandar. – aconselhou. – Quando não sabemos o que fazer, devemos ouvir atentamente o nosso coração e ter coragem para fazer o que ele quer. Você não vai errar.
Pág. 18
Em Amor no Ninho (a edição que li foi da editora Baraúna. Esta da capa ao lado é uma nova edição, publicada pela Kalango) há um tema polêmico, mas desde o primeiro momento li-o sem nenhum preconceito, porque como em Nas Asas da Borboleta, da escritora Ívi Campos: "O amor não tem cor, não tem raça, não tem nação, não tem religião. O amor atravessa as fronteiras e quebra preconceitos.”
“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, nunca falha.”
Pág. 266
“(...) o amor é fonte de prazer e de dor, que apesar de feridos por ele, ainda o ansiamos sentir e viver. Somos todos mendigos desse sentimento que, coroado acima de todos e possuindo suas próprias asas, voa livre e pousa onde deseja. Somos suas eternas vítimas.”
Pág. 320
Adorei o desfecho dessa história de amor – que superou todos os preconceitos –, e suas reviravoltas. Pena que os personagens que me conquistaram definitivamente deixarão saudades, mas ficarão para sempre em minha memória.
Já estou na expectativa da espera pelo lançamento do próximo que sai em meados de 2014. Vamos aguardar, porque tudo indica que teremos fortes emoções pela frente.
Série AMOR NO NINHO
2. Amor Inteiro