07
nov
2011

Mulheres Solteiras não são de Marte! - Letícia Vidica

MULHERES SOLTEIRAS NÃO SÃO DE MARTE!
Letícia Vidica
Universo dos Livros

Para quem ainda não sabe, este livro de 286 páginas, foi baseado no blog Papo Calcinha. A princípio, pensei tratar-se de um livro de autoajuda, mas ao longo da leitura, qual não foi a minha surpresa ao deparar com o fato de que ele estava mais para o gênero chick-lit. Abaixo vocês entenderão o motivo disso.

Diana, Betina e Lili são amigas inseparáveis, onde você se identificará com os sonhos, medos, frustrações, anseios, desilusões amorosas e torcer por cada uma delas na busca incansável e, ao mesmo tempo, angustiante pelo homem ideal em suas jornadas diárias.

Além de serem vaidosas e estilosas, elas gostam de confabular, fazer compras e contar sobre o seu cotidiano e os apuros que passam em seus relacionamentos amorosos, onde perguntam constantemente: “Por que amamos um canalha?”.

Bem vinda ao MAPC (Mulheres Apaixonadas Por Canalhas). Somos livres, independentes, donas do nosso próprio nariz, dominamos o mundo, entramos cada vez mais no universo masculino. Livramo-nos de muitos preconceitos, dos sutiãs, da autoridade machista. Ganhamos o direito à pílula anticoncepcional, ao voto, ao trabalho... Mas ainda não conseguimos nos livrar dos canalhas, figurinhas típicas desde os tempos de Cabral (aliás, Cabral também devia ser um canalha).

Pág. 13

Aos 29 anos,
Diana, uma publicitária e ovelha negra da família, é um poço de insegurança. Viajada, vive sempre estressada no trabalho. Apesar de dedicar-se de corpo e alma, sente-se frustrada por não trabalhar em uma grande agência e, em contrapartida, por ser solteira não aguenta mais cobranças por parte da família. Demorou dois anos para encontrar o cara dos sonhos, quando decidiu dar um basta, porque nem as simpatias estavam surtindo efeito. (risos).

Ela
foi criada no preceito de que deveria encontrar um rapaz trabalhador, educado, de boa família, que tivesse um bom emprego e mantivesse pura até o casamento. Nas palavras da própria Diana: “Que bom se isso fosse possível e pudéssemos ter uma vida regrada com o príncipe encantado, mas infelizmente todos nos apaixonamos pelos canalhas, grudentos, heróis, traidores, sapos, entre outros babacas”.

(...). Àquela altura, nem mais durante o sono ele aparecia. Santo Antônio, Santo Expedito, amarração para o amor, tarô, banho de perfumes, calcinha vermelha, perfume importado, sorriso nos lábios, papo cabeça... Nada mais adiantava, eu estava encalhada! Resolvi sossegar e desistir de achar alguém legal. Só que esse alguém legal apareceu, justo no dia em que eu decidi que não queria mais alguém legal na minha vida.

Pág. 17
(...), por que eu odeio os homens?! Poxa, eu não pedi para ele aparecer na minha vida, e ele apareceu. Eu não pedi pra ele ser perfeito, e ele era. Eu não queria me envolver, mas ele me envolveu. Eu não queria ser feliz, mas eu fui estupidamente feliz. Fui amiga, legal, amante, companheira, safada, compreensiva, alegre, triste, irmã, mãe, tia, avó... Fui tudo o que ele queria que eu fosse, e que eu achei que deveria ser.

Pág. 19

Alguém já sofreu pressão da família, amigos ou conhecidos por ser solteira e não aguenta mais? Quem já passou por isso, levanta a mão!

- E aí, cadê o namorado?
- Eu não tenho namorado.
- Não?! Como não? Uma moça tão bonita...

(...). Se eu estou solteira, o problema é meu. Qual o problema de não ter um namorado? É alguma doença contagiosa, e eu não sabia? Toda vez é a mesma coisa... Cadê namorado, namorado... Quero mais é que os homens se explodam. Estou bem sozinha, e assim vou continuar...!

Pág. 23
Eu sempre procurei um cara mais maduro, responsável, dono do próprio negócio, dono de si e que me desse total segurança. Mas só arranjei, até hoje, moleques perdidos, vagabundos, irresponsáveis e que me deixaram à beira de um ataque de nervos.

Pág. 39

Já se viu nesta situação? E o mais engraçado são alguns fatos mirabolantes tipicamente reais, entre eles:

  • Somos bichos estranhos, porque sempre estamos com variações de humor.
  • Temos o dom de levar um bolo.
  • O nosso banheiro é algo muito especial, porque é lá que choramos nossas mágoas.
  • Além da família, poucas amizades profundas são importantes na nossa vida.
  • Somos confusas, porque sempre queremos aquilo que não nos dão, e se nos dão, não queremos mais.

Tão raro ter uma amizade assim, mas as profundas são as que fazem valer a pena, não é verdade?!

Amigo, para mim, tem que ser alguém leal, que me ofereça o ombro para chorar ou puxe a orelha nos momentos em que eu estiver errada, e também que ria, chore, lute comigo, e com o qual eu possa sempre contar. (...).

Pág. 55

Já Betina, uma advogada durona e bem sucedida, é a mais realista e centrada do trio. Além de ser inteligente, é ríspida e segura. Feminista extremista, trata os homens como objeto por medo de se envolver, porque cansou de sofrer e decidiu abolí-los de sua vida. Sempre com uma resposta afiada na ponta da língua, vive dizendo às amigas para serem mais realistas e pararem de sonhar.

- (...). A dor foi tão profunda que eu já nem a sinto mais (...).

Pág. 153

E Lili, é a mais emotiva, humilde, solidária, extrovertida e insegura das amigas. Nascida em berço de ouro, trabalha como secretária em uma multinacional para não se sentir uma inútil, mas não consegue viver sem um homem e sempre se envolve com os caras errados. Quando achou que encontrou o cara “perfeito”, caiu do cavalo! Com isso, teve uma profunda desilusão amorosa. Vivia no mundo encantado do conto de fadas, mas sempre se desiludia e, mesmo assim, não deixa de ser uma romântica incorrigível!


- O que vai ser da minha vida sem ele? Eu não posso ficar sozinha, eu não sei ficar sozinha... Me sinto sem chão... Tô com uma dor no peito que parece que vou enfartar... Tenho falta de ar durante o dia, não tenho fome, não tenho sono... Perdi a única coisa que dava sentido a minha vida.

Pág. 173

E quem não é uma Becky Bloom, doida por um desconto, uma promoção, hein?

Contudo, pior do que ser maníaca por sapatos, é ser tarada por promoção. Sou uma rata de promoção. Mas, qual mulher, não é?

Pág. 177

No decorrer da leitura, Diana vai te ajudar a identificar os mais diversos tipinhos e canalhas, com suas definições hilariantes, entre elas:

  • Ursinho Puff: é o mais carinhoso e aparece nos momentos de maior fragilidade e carência; só que depois puff, ele desaparece e você acaba caindo do cavalo;
  • Sincero: sincero ao extremo que vai logo dizendo não querer compromisso;
  • Fantasma: é o que aparece quando quer e quando você menos espera;
  • Big Brother: metido a gostosão, que todas as garotas querem;
  • Garoto Chiclete: meloso e grudento; e o
  • Herói: pelo qual você se apaixona, porque ele te consola quando você está na rua da amargura por causa do ex.

E, para concluir, deixo essa citação que diz tudo e, pelo visto, vamos continuar esperando e sofrendo! Oh, sina! (risos).

(...) fomos criadas e condicionadas a sermos passivas. A esperar por tudo. (...). Enfim, a gente passa a vida toda esperando. (...), e sofre também. (...).

Pág. 223

As histórias são entremeadas em encontros homens de todos os tipos e gêneros, sejam eles sapos, príncipes, amigos,
amizades coloridas, namorados ou ex. Em meio à TPM, carências, revoltas contra o sexo oposto, dietas, crises de identidade, emocionais ou financeiras, trabalho, shoppings e seus sonhos consumistas, salões de beleza e briga com a balança, almoço em família, conselhos de mãe, carmas, paixonites agudas, ciúmes, traições, sofrimentos, muitas lágrimas derramadas por amor, recaídas, sessões de terapia, enxaquecas, vexames e badalações, além de diversas situações bizarras. Será que essas amigas encontrarão o par ideal e conseguirão desencalhar de vez ou redescobrirão aprendendo a se valorizar aumentando sua autoestima?

Este livro é maravilhoso e passei horas de puro entretenimento lendo-o. Se você ainda não leu, leia e identifique-se com essas amigas e suas neuroses em um enredo que me arrancou ótimas gargalhadas.

Só alerto-os para um pequeno detalhe: Cuidado para não pagar MICO em lugares públicos, porque mesmo lendo aqui em casa
não sabia onde enfiar a cara de tanto chorar... de rir! E minha família só olhava para mim sem entender nadinha! (risos).

10 comentários:

  1. Oi Carlinha!

    Realmente, o livro é uma descrição do nosso dia-a-dia. Principalmente quando o assunto são homens! hahahah

    Bjs

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  2. Ameiii a resenha, me deixou superrr curiosa!!! Quero ler com certeza! Deve ser bem engraçado!!!

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  3. hahahah eu li alguns trechos e AMEI :D

    LInda resenha...

    Beijo,Lariane - www.leiturasedevaneios.com.br

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  4. Oi, Tonks.

    Foi uma grande surpresa. O enredo é hilariante!

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  5. Oi, Vanessa.

    De certo modo, é um autoajuda, mas com um enredo que assemelha-se a um chick-lit, o que torna muito prazeroso a sua leitura.

    Você vai adorar!

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  6. Oi, Ka. Exatamente! Me vi em diversas situações enfrentadas por essas amigas doidinhas. Achei a Betina muito parecida comigo. rs.

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  7. Acho que todo mundo pensava que este livro era de auto ajuda, mas ainda bem que não é, eu gostaria muito de ler ele, parece ser super legal e divertido, pelo visto você gostou né.
    Me incentivou a ler!

    Vanessa - Balaio de Livros.

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  8. Juro que eu achava que era auto-ajuda, nunca pensei que era chick-lit, que grata surpresa!

    Concordo com a Delly quanto à catalogação (e os capistas) dos livros, simbora melhorar meu povo!!!

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  9. Já li vários comentários que o livro é bem engraçado. Eu tinha a mesma impressão de que ele era algo similar a um auto-ajuda ou biografia.

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  10. Oi Carla!

    Eu vi o livro na livraria, mas não me chamou muita atenção porque ele estva classificado como biografia com uma capa de auto-ajuda o-O' 

    Mas parece ser bem legal, um chick-lit é sempre divertido. Talvez essas editoras devessem melhorar a catalogação (e os capistas) dos livros...

    rsrs

    beijos
    delly
    @atravesdanevoa 
    http://atravesdanevoa.blogspot.com

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