Gente com Rosa na Lapela :. Max Lucado



Caros amigos e leitores,

Em homenagem ao Dia dos Namorados, resolvi postar aqui no blog essa linda história de amor, e espero que gostem!




GENTE COM ROSA NA LAPELA (1)

por Max Lucado


John Blanchard levantou-se do banco, ajeitou o uniforme do Exército e obserou a multidão que tentava abrir caminho na Estação Ferroviária Central de Nova York. Procurou avistar a moça cujo coração ele conhecia, mas não o rosto - a moça com a rosa. Seu interesse por ela começara treze anos antes, em uma biblioteca da Flórida. Ao retirar um livro da estante, ele ficou intrigado, não com as palavras impressas, mas com as anotações escritas à mão na margem. A letra delicada indicava ser a de uma pessoa ponderada e sensível. Na primeira página do livro, ele descobriu o nome da proprietária anterior: Srta. Hollies Maynell. Depois de algum tempo e de várias tentativas, conseguiu localizar o endereço dela. Morava em Nova York. Escreveu-lhe uma carta apresentando-se e propondo uma troca de correspondência. No dia seguinte, ele foi convocado para servir em uma base do outro lado do oceano. Era a Segunda Guerra Mundial. Durante os treze meses seguintes, os dois passaram a se conhecer por correspondência. Cada carta era uma semente caindo em um coração fértil. Florecia um romance. Blanchard pediu uma fotografia, mas ela recusou-se a enviar. Achava que, se ele realmente gostasse dela, não haveria necessidade da fotografia. Quando ele retornou da Europa, marcaram o primeiro encontro às 19 horas na Estação Ferroviária Central de Nova York. "Você me reconhecerá", ela escreveu, "pela rosa que estarei usando na lapela." Assim, às 19 horas, Blanchard estava na estação à espera da moça cujo coração ele amava, mas cujo rosto nunca vira. Deixemos que o próprio Blanchard conte o que aconteceu.

...

Em minha direção vinha uma jovem alta e esbelta. Seus cabelos loiros encaracolados caíam pelos ombros, deixando à mostra delicadas orelhas; os olhos eram azuis da cor do céu. Os lábios e o queixo tinham uma firmeza suave; trajando um costume verde-claro, parecia a própria chegada da primavera. Comecei a caminhar em sua direção sem notar que não havia rosa em sua lapela. Quando me aproximei, um sorriso leve e provocante brotou-lhe nos lábios. "Gostaria de me acompanhar, marujo?" ela murmurou. De maneira quase incontrolável, dei um passo em sua direção, e foi então que avistei Hollies Maynell. Ela estava em pé atrás da jovem. Aparentava bem mais de quarenta anos, e seus cabelos, presos sob um chapéu surrado, deixavam entrever alguns fios brancos. Seu corpo era roliço, tinha tornozelos grossos e usava sapatos de salto baixo. A moça de costume verde-claro distanciava-se rapidamente. Senti-me dividido, desejando ardentemente segui-la, mas ao mesmo tempo, profundamente interessado em conhecer a mulher cujo entusiasmo me acompanhara e me sustentara. E lá estava ela. Seu rosto redondo e pálido estampava delicadeza e sensibilidade; os olhos cinzentos irradiavam meiguice e bondade. Não hesitei. Peguei o pequeno livro azul, de capa de couro, para me identificar. Não seria um caso de amor, mas poderia ser algo precioso, algo talvez melhor que amor, uma amizade pela qual eu era e seria eternamente grato. Endireitei os ombros, cumprimentei e entreguei o livro à mulher, apesar de sentir-me sufocado pela amargura do meu desapontamento enquanto lhe dirigia a palavra. "Sou o Tenente John Blanchard, e você deve ser a Srta. Maynell. Estou satisfeito por você ter vindo encontrar-me. Aceita um convite para jantar?" No rosto da mulher surgiu um sorriso largo e bondoso. "Não sei do que se trata, filho", ela respondeu, "mas a jovem de costume verde, que acabou de passar por aqui, pediu-me que usasse esta rosa na lapela e instruiu-me também que, se você me convidasse para jantar, eu deveria dizer que ela está à sua espera no restaurante do outro lado da rua. Ela me contou que se tratava de uma espécie de teste!"


Não parece difícil, pra mim, compreender e admirar a sabedoria da Srta. Maynell. A verdadeira natureza do coração de uma pessoa é vista na maneira como ela responde ao que não é atraente!!


Notas:

Traduzido por Maria Emília de Oliveira
Extraído de 'And The Angels Were Silent'
© 1992 de Max Lucado

5 comentários:

  1. Adorei esta história, John mostrou ser uma pessoa verdadeira e comprometida, será que isto ainda existe nos dias de hoje? É de se fazer pensar....
    Beijo
    http://leituraspontocom.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. Que texto lindo!

    Bjs ;*

    Como vc comentou na resenha do livro Vida, passei aqui pra avisar que o sorteio ta no ar! http://euleioeuconto.blogspot.com/2010/06/sorteio-vida.html

    ResponderExcluir
  3. Linda história, Carla *-*
    Feliz dia dos namorados, rsrs. Apesar de que eu não tenho um! :P

    xx
    Ana

    ResponderExcluir
  4. Olá!

    Vim convidá-la para participar do Sorteio do blog,Apaixonada por romances. :)


    http://www.apaixonadaporromances.com.br/2010/06/promocao-breve-segunda-vida-de-bree.html

    ResponderExcluir
  5. Feliz dia dos namorados pra vc tbb Carla!! hahaha *-* (atrasado mais tudo bem.. hihihi)
    Beijos!

    ResponderExcluir


Quer deixar seu comentário? Fique à vontade!

Agradeço sua visita e volte sempre! ^^

Postagens recentes

Comentários

Copyright © 2009 - Sonho de Reflexão - Todos os direitos reservados.. Tecnologia do Blogger.
As postagens desse blog são de minha autoria. Se tiver algo produzido por outra pessoa, os créditos serão devidamente mencionados. Se quiser reproduzir algum texto meu, me avise e dê o devido crédito. Leia os "Termos de Uso". A imagem da mulher lendo foi retirada do quadro "A Quiet Moment" da artista americana Sandra Kuck.