A meu ver, DRAWING CLOSER (2024), também conhecido como Até que as Cores Acabem, deu um banho em Como eu era antes de você (Me Before You) e A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars) por sua sensibilidade e profundidade. Foi um dos filmes mais comoventes que assisti neste ano.
Não é apenas um mero filme; é uma profunda e dolorosa celebração da vida que nos atinge bem na alma, ou seja, um grito poético sobre a intensidade da vida quando confrontada com a sua inevitável finitude. É o tipo de história que, mesmo com um enredo que sugere o inevitável, consegue nos surpreender pela sua delicadeza avassaladora. Assistindo-o, eu senti o peso e a doçura deste drama japonês me invadindo a alma.
Akito e Haruna são dois jovens que se encontram em um hospital e veem nascer um amor improvável, mas urgente. O tempo deles é contado, uma certeza que confere a cada sorriso, a cada troca de olhar, um peso e uma beleza incalculáveis. Ambos emanam uma luz própria e apoiam um ao outro, sem se darem conta disso, transformando cada gesto, palavra em algo de valor incalculável derrubando qualquer barreira.
É emocionante testemunhar como, diante da finitude, eles não se entregam à autopiedade, mas buscam propósito e se tornam, um para o outro, a coragem e a razão para viver o presente. O que mais toca é a maneira como eles se tornam o porto seguro um do outro. Haruna ensina a viver, Akito dá razões para ficar. É uma troca de almas que reflete a beleza do amor mais genuíno: aquele que te torna mais forte, mesmo quando as circunstâncias provam o contrário.
A fotografia merece um destaque à parte. Com suas cores vibrantes, é um paradoxo lindo. Tudo é de uma delicadeza que impressiona e que acalma e, ao mesmo tempo, quebra o coração. Assim como também de uma beleza lírica, com cores que saltam aos olhos, transformando cada cena em uma obra de arte — um reflexo da paixão de Akito. O contraste entre o tema sombrio e a vitalidade visual nos lembra que, mesmo à beira do adeus, a vida pulsa em tons intensos. É a arte de Akito e a essência de Haruna em cada quadro.
O filme aborda a fragilidade da existência e a finitude com uma sensibilidade impressionante, que respeita a dor sem se tornar manipuladora junto de outras questões humanas. É um lembrete poético de que o amor verdadeiro tem a força de mudar nossa perspectiva, de nos ensinar a valorizar cada instante.
Prepare-se para deixar as lágrimas correrem sem que se dê conta por conta da emoção. Elas não serão apenas de tristeza, mas de pura admiração pela beleza com que os protagonistas escolhem amar e viver plenamente.
Drawing Closer é inspirador, dilacerantemente tocante, ainda mais pela pureza da amizade e do amor genuíno entre Akito e Haruna, e um poderoso convite à reflexão: viva a vida ao máximo, enquanto as cores ainda pulsam intensamente. Você sairá desta experiência com o coração apertado, mas estranhamente cheio de esperança. Mesmo que as circunstâncias provem o contrário, basta acreditarmos que tudo é possível!
Nunca mais verei a gérbera da mesma forma; elas encapsulam um código secreto, um idioma de esperança não-verbal e a esperança que permeia a história. Além do simbolismo, cada cor tem um significado único.
Existe uma única cor que dá sentido à vida e à arte: A cor do amor.(Marc Chagall)
A citação acima é a síntese perfeita da mensagem do filme: a arte, a vida e a esperança, mesmo na finitude, são coloridas pelo afeto e pela conexão humana.
Teve vários momentos que desabei, principalmente na reta final quando Akito descobriu o significado das três gérberas e o desfecho inacreditável. O clímax realmente é o ponto onde a delicadeza se encontra com a dor, revelando o sacrifício e a força de Haruna, e provando que o amor deles, de fato, é mútuo e profundo, independentemente da doença.
É uma experiência inspiradora que te obriga a pausar, respirar e valorizar cada instante. Você sai dele vulnerável, algo difícil de mensurar, mas com o coração transbordando de uma beleza melancólica e a certeza de que o amor verdadeiro tem a força de mudar nossa perspectiva de vida, mesmo quando a morte está apenas "desenhando mais perto". É, sem dúvida, um banho de emoção que supera expectativas e permanece na memória.












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