CONTATO VISUAL :. Cammie McGovern


 
CONTATO VISUAL
CAMMIE MCGOVERN
Novo Conceito

Título Original: Eye Contact

Enquanto as crianças simulavam batalhas no playground de Woodside Elementary School, dois alunos, uma garotinha e um garoto, desaparecem, sendo vistos pela última vez atravessando o campo de futebol em direção ao bosque atrás da escola. As horas passam e então apenas um deles, Adam, um garoto de nove anos com autismo, é encontrado vivo, a única testemunha de um assassinato incompreensível. Verbal apenas nos melhores dias, Adam recua em seu mundo silencioso que Cara, sua mãe, conhece muito bem. Com a comunidade em choque e seu filho incapaz de ajudar na investigação policial, Cara tenta decifrar os enigmáticos acontecimentos.

Quando outra criança desaparece, a mãe de Adam percebe que só ela pode acabar com o silêncio do filho e interpretar as mudanças no comportamento de Adam não apenas para ajudá-lo a superar o trauma, mas também para ajudar a polícia a capturar o assassino. É assim que ela se aproxima da verdade, seu passado inquietante começa a surgir das sombras. Em uma tentativa desesperada de proteger seu filho da vida real, ela teme que isso possa ter tornado o mundo dele um lugar mais perigioso.

Um romance excitante de suspense psicológico sobre um crime que golpeia o centro de uma comunidade pequena, a comovente trama de Cammie McGovern é, sobretudo, uma história poderosa sobre a delicada e complexa ligação entre uma mãe e seu filho autista.

Leia ao primeiro capítulo do livro, clicando aqui.

A AUTORA

CAMMIE MCGOVERN

Foi premiada com uma bolsa de estudos na Stanford University e tem recebido inúmeros prêmios por sua criatividade e habilidade em curta ficção. Suas histórias têm aparecido em várias revistas e jornais, e ela é a autora de outros romances, como The Art of Seeing. Vive em Amherst, Massachusetts, com seu marido e seus três filhos, sendo que o mais velho é autista.

Site Oficial: http://www.cammiemcgovern.com/

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Recomendo!

Um dos livros mais lindos e emocionantes que tive o prazer de ler.

Mais uma vez, quero agradecer à Editora Novo Conceito por ter cedido esse exemplar e  me concedido a honra de conhecer mais essa obra inesquecível, que me proporcionou uma leitura profundamente tocante e emocionante!

Um romance bem diferente de tudo que já li. Ele tem uma delicadeza e é muito comovente a forma que ele mostra que todos nós, deficientes ou não, lutamos para nos encontrarmos nesse mundo tão complexo.

A autora foi de uma sensibilidade e compaixão ao escrever essa história que, além de abordar todas as deficiências possíveis, tem como pano de fundo o autismo, como também as cruéis e complexas relações da infância, entre elas o bullying. Adorei as várias temáticas que o livro mostra, entre elas a depressão, a síndrome do pânico, etc. Não vou citar tudo aqui, porque o livro é bem complexo e aborda temas bem reais e, alguns são muito presentes, hoje em dia.

Em uma tarde, Cara é chamada à escola de Adam, seu filho de 9 anos. Ela tenta não esperar o pior, porque Adam é autista. Como ela já passou muitas horas discutindo o desenvolvimento dele com professores, diretores e conselheiros de orientação, sabe que não é incomum para ele fazer uma birra que exige sua presença na escola. Mas hoje é diferente, porque ele desapareceu e não foi encontrado em nenhum de seus esconderijos habituais. Pela primeira vez, ele quebrou uma regra e desapareceu durante o recesso, presumivelmente deve ter saído da escola.

Quando a polícia finalmente encontra-o, Cara fica chocada ao descobrir que Adam, que não tem amigos na escola, foi falar com uma coleguinha atrás do bosque, mas que a garotinha Amélia foi encontrada morta, esfaqueada no peito.

A comunidade, especialmente os pais, entram em choque, pois temem pela segurança das crianças e os professores nas escolas locais decidem fazer o melhor para ajudar os alunos  a lidar com esta tragédia. Cara está convencida de que Adam pode ajudar a polícia a solucionar este assassinato, mas ele recua em seu próprio mundo após o incidente, apesar dos recentes sinais de melhora. Embora o detetive Matt Lincoln seja cético sobre a capacidade de Adam para ajudar como testemunha de investigação, porque as crianças com testemunhas-chave são muito difíceis, mas o que ele pode fazer com um que não vai mesmo falar? Cara se recusa a desistir de seu filho, que se tornou sua vida inteira desde a morte de seus pais em um acidente de carro. Ela tenta em vão convencê-lo a participar de seus jogos de comunicação usual e encontra dificuldade apenas para fazê-lo encará-la. Disposto a assumir um risco, a fim de trazer Adam de volta, ela concorda com uma professora local que acompanha um menino mais velho, que ele pode ser útil e convida Morgan para uma visita.

Morgan, um aluno do oitavo ano na escola secundária local, tem seus próprios problemas: ele não é autista ou com deficiências de desenvolvimento, mas freqüenta aulas com um grupo especial em sua própria escola, que ele se refere como "o grupo para as crianças que não tem amigos. "Enfrenta constante tormento das intimidações no recreio, e embora ele gosta da professora de seu grupo especial, Morgan não compartilha de uma ligação com nenhum dos seus colegas.



Desde o começo da história, ele esconde um terrível segredo. Quando Morgan encontra Adam, Cara fica chocada quando ele fala suas primeiras frases voluntária desde o assassinato. Como os dois garotos começam a passar mais tempo juntos, Adam oferece a sua própria pista a Cara que são difíceis de decifrar, mas pode ser importante para localizar o assassino. Mas o segredo de Morgan, bem como alguns velhos amigos do passado de Cara, ameaçam obscurecer o caminho para a verdade por trás da morte de Amélia.

Como Cara e o detetive Lincoln aproximam da resolução deste crime horrível, ela é forçada a reconciliar-se com as consequências das decisões que tem feito, incluindo a escolha que ela fez como uma jovem mulher que não incluem o pai de Adam em sua vida e percebe que ela não está sozinha na sua dor e isolamento. A fim de chegar ao assassino e trazer Adam de volta para ela, Cara deve encontrá-lo em seu coração para perdoar e ser perdoado.

"Contato Visual" é um retrato comovente da mãe, um relacionamento com seu filho e um thriller psicológico que mantém o leitor atento até ao final. Essa cena na delegacia, que transcrevo abaixo, comoveu-me muito e, ao mesmo tempo, mostra as aflições do garoto Adam:

Os sons estão em toda parte e são numeroso demais para que Adam os distinga. O zzzzzzzzzzzzzzz das luzes, o tchitchita, tchitchita da máquina de cópias que encontrava e na qual se fixava, porque adorava máquinas copiadoras. Adora o papel que aparece magicamente dos lábios cinza e é depositado em uma língua dura, quadrada e limpa, um retângulo branco pousado sobre um cinza.

Ele ia olhar, mas não se atreveu. Não consegue mover o corpo porque se mexer não é seguro, ele se lembra agora, e deve lembrar-se para sempre. Ele precisa ficar sentado aqui e tomar cuidado com os joelhos, com a calça e conter os braços. Essas partes ele ainda tem. O rosto pode ter sumido, ele ainda não sabe, não tem coragem de procurar com as mãos.

Há um telefone tocando, um lápis escrevendo, a roda de uma cadeira fazendo um barulho estridente, alguém mascando chiclete. No corredor, há o assobio dos canos atrás de um bebedouro de metal na direção em que iria se pudesse se mover, mas não pode.

Também há gente conversando, ele acha. Ali mesmo, em volta dele.

Não dá para acompanhar o que estão dizendo, então nem tenta. Mas o silêncio deles é duro e o deixa nervoso. Ele se preocupa, deveria dizer algo para preenchê-lo.

"Você tem de responder", sua mãe, às vezes, diz. "Você pode dizer 'não sei'."

Ele podia dizer não sei.

Ele ouve o próprio nome. Pensa: eu não sei. Mas, nada vem, sua boca não se mexe, porque tem quase certeza de que seu rosto deve ter sumido. Ele não sente nada, nenhum cheiro, não consegue abrir os olhos e ver. Tudo o que consegue fazer é ouvir cada som.

~ Páginas 32 e 33 ~

A história impressionou-me de tal forma com o assassinato misterioso, que me intrigou a tal ponto, que eu não sabia mais quem era o possível suspeito. Olha, que sempre consigo desvendar isso nos livros que leio, mas nesse foi demasiadamente difícil descobrir. Comecei a suspeitar de tudo e de todos. (risos). Eu aventurei-me a fundo durante a leitura. Era impossível de parar, porque a emoção e o suspense fervilhava da primeira a última página, fazendo com que eu vibrasse e torcesse juntamente com os personagens. Queria que a polícia elucidasse o crime o mais rápido possível. Foi adrenalina pura em muitos momentos. Adorei!

Tive o mais conflitante torvelino de emoções à flor da pele: ria, chorava, gritava, ficava com raiva, vibrava, torcia... enfim, foi uma grata surpresa, porque até então não conhecia essa autora. Em muitos aspectos, o livro é impressionante pela veracidade dos fatos e, em determinados momentos, senti-me na pele do Adam e do Kevin.

Além disso, a história também revela-nos um ponto muito importante na vida das pessoas que convivem com o autismo e aqueles que as amam, porque não retrata só a vida de Cara e Adam. Há também outros histórias e personagens paralelos que, no decorrer da trama, acabam se entrelaçando e cruzando seus caminhos, porque a história é contada do ponto de vista de vários personagens, incluindo Cara, Adam, Morgan e June.

Por isso, recomendo sem pestanejar! É um livro maravilhoso, porque a história abrange todos os ingredientes possíveis em diversos gêneros literários que estamos acostumados a ler, tais como: amor, paixão, perdão, suspense, mistério, assassinato, uma dose de realidade, entre outros.

Ele nos ensina uma linda lição sobre o autismo, seja na forma de amar incondicionalmente e pacientemente essas crianças, pelo que elas são e por tudo o que podem fazer, pois isso é o que vemos através do Adam, que é muito inteligente, mesmo com suas limitações.

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Se vocês quiserem ler outras opiniões a respeito desse livro magnífico, recomendo essa ótima resenha feita pela Sabrina, do blog Leituras & Devaneios.

9 comentários:

  1. Li outra resenha desse livro faz pouco tempo, e me chamou bastante a atenção! ;) Quero ler. :)

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  2. Queria dizer que o meu também, rsrs. Não sei quando poderei ler, mas com certeza irei.
    Desde a primeira resenha que li sobre "Contato Visual" fiquei agitada para saber mais do enredo.
    Ótima resenha Carla.
    Bjs

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  3. Oii
    Hoje o Blog 100% Leitura atingiu 10000 Visitantes! Passa por lá e leva o Selinho conforme as regras! Obrigada!

    =)

    Visitem, comentem, sigam e aproveitem o meu blog:
    http://malucosdaleitura.blogspot.com/
    ...
    ♥ ... Bem sei que me AdoraM ...♥
    ...
    Bj

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  4. ESSE LIVRO É MUITO LINDO! ^_^

    AMEI DE PAIXÃO, LEITURA DE QUALIDADE É OUTRA COISA, NÃO É MESMO??
    BJUSSSSSSSSSS

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  5. Gostei Carla,Só pela resenha já deu contade de ler, esses livros emocionantes sempre me cativam, e o Adam parece sofrer muito!
    Vou procurar!

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  6. Carla,
    Gostei da resenha, realmente parece ser super emocionante e sofrido tbm!
    Vou procurar!

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  7. Oie Carlinha,


    Depois dessa resenha,não tenho outra escolha senão ler o livro.

    Beijos

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  8. amiga, amei sua resenha. ela foi tão completa. eu tenho que ler esse livro ele tá aqui em casa.

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Comentários

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