UM GRITO DE AMOR DO CENTRO DO MUNDO
KYOICHI KATAYAMA
Alfaguara
O enredo desse romance de sucesso no Japão, pela forma doce e singela com que é narrado, assim como pela inocência da passagem da infância para a adolescência, me fez voltar no tempo, mais precisamente na década dos anos 70 e 80, onde pela primeira vez passou na tv brasileira duas séries animadas japonesas que ficaram marcados para sempre na minha memória: Heidi e Marco: Dos Apeninos aos Andes, que foram exibidas no programa dominical de Sílvio Santos, 'Domingo no Parque' e, anos mais tarde, pela TV Record. Quem não se lembra?! Todos os domingos eu e minha família torcíamos pelo destino dos personagens, que além de transmitir belíssimas lições de vida, lembravam um pouco das novelas mexicanas pelo dramalhão em si, mas eu adorava, tanto que marcou-me muito! Acho que estou ficando velha! (risos).
Para quem ainda não sabe a Alfaguara é um selo da Editora Objetiva. Com muita comoção, o enredo desse romance transcorre sobre a paixão e perda através de uma singela história de amor que desafia a morte. Foi adaptado para o cinema, para uma série de TV e tornou-se um mangá.
Essa cidade passou a fazer parte da vida de Sakutarô de forma singular, mas por mais que o lugar seja maravilhoso, nada mais é capaz de deixá-lo feliz, porque há quase quatro meses perdeu algo que despertou sua vontade de viver e conhecer o mundo. Agora, ele estava em um lugar onde seus sentimentos foram extinguidos e tornou-se uma pessoa que não ouve, não vê e não sente mais nada.
Sakutarô e Aki, conheceram-se na sexta série do ensino fundamental de uma escola situada em uma cidadezinha japonesa e instantaneamente tornaram-se amigos inseparáveis, o que acabou provocando o ciúme e a antipatia dos rapazes, pelo fato dela ser bonita, simpática, inteligente, encantadora e popular, já que é muito estimada pelos alunos e professores.
Ele gostava de rock e praticava kendo; ela adorava hortênsias, estudar ouvindo música. Ele morava no terreno da Biblioteca Municipal, que era um patrimônio cultural e detestava, mas ajudava a mãe na biblioteca. (risos).
Como a ingenuidade da infância e da adolescência costumam pregar peças do destino! Ele nunca percebeu o quanto Aki era encantadora por conta de sua proximidade. Mais tarde, viria a saber o motivo daquela inquietação e tira um grande peso das costas.
A amizade vai se aprofundando cada vez mais, porque eles tinham muitos gostos e coisas em comum como preocupações com questões ambientais, compartilhavam um diário, eram pessoas fortes e, quando Saku-chan, como era chamado carinhosamente por Aki, amadurece, descobre-se apaixonado pela amiga e começa a vê-la com outros olhos. Com isso, ele sente-se felizardo, porque nunca precisou insistir para ficar ao seu lado e por estar sempre próximo, acabaram compartilhando seus anseios, sonhos e suas vidas.
Adorei inúmeras lições que o livro traz:
O avô de Saku veio de uma família de agricultores e foram proprietários de muitas terras, mas a familia entrou em decadência com a reforma agrária e seu avô mudou-se para Tóquio para começar um novo negócio enriquecendo-se com uma empresa de produtos alimentícios, onde conheceu sua esposa e teve uma família abastada. Ele era membro da assembleia no parlamento, mas os financiamentos das campanhas acabaram com todo o seu patrimônio. Depois que ficou viúvo, decidiu morar sozinho e aposentou-se da política. Certo dia, seu avô contou uma linda história de amor que vivenciou, mas que pelas circunstâncias da vida, não puderam ficar juntos.
Essa parte foi apenas um dos momentos que me tocaram profundamente!
Como um casal apaixonado, trocam muitas juras de amor e fazem inúmeras promessas e nada parece ameaçar a felicidade e a paixão arrebatadora dos jovens, que descobrem os idílios do primeiro amor.
Até que um dia, Sakutarô e Aki acabam conhecendo também uma verdade brutal, através de uma tragédia que alterará o destino dos jovens, colocando o amor dos dois à prova.
Mas tanto um quanto o outro descobrirão, cada um à sua maneira, que o verdadeiro amor sobrevive aos piores desafios.
Apesar do enredo não ter um final feliz e de ser um pouco clichê, o autor soube tratar desse tema, que é o amor na adolescência, de forma sutil e singela, com um toque de inocência e sensibilidade, seja através da história de Sakutarô e Aki, ou nas belas paisagens descritas criando um cenário idílico e, ao mesmo tempo, bucólico e poético, onde o clima nostálgico e o silêncio valem mais do que mil palavras, o que é de praxe na literatura japonesa, como os aficcionados estão acostumados a ver em alguns mangás, porque os japoneses tem a maestria em escrever histórias.
Mas, uma coisa, eu garanto! Independentemente do final, sempre há um fio de esperança, onde o amor é capaz de superar tudo. Por isso, sempre torcemos por uma bela história de amor! Afinal, o amor suporta tudo e é um sentimento tão grandioso que é capaz de transformar! Por isso, deixo abaixo um trecho da linda carta de Paulo aos Coríntios, presente também no filme "Um Amor para Recordar", com Mandy Moore e Shane West, porque achei que combina perfeitamente com esse livro, que está mais do que recomendado!
KYOICHI KATAYAMA
Alfaguara
O enredo desse romance de sucesso no Japão, pela forma doce e singela com que é narrado, assim como pela inocência da passagem da infância para a adolescência, me fez voltar no tempo, mais precisamente na década dos anos 70 e 80, onde pela primeira vez passou na tv brasileira duas séries animadas japonesas que ficaram marcados para sempre na minha memória: Heidi e Marco: Dos Apeninos aos Andes, que foram exibidas no programa dominical de Sílvio Santos, 'Domingo no Parque' e, anos mais tarde, pela TV Record. Quem não se lembra?! Todos os domingos eu e minha família torcíamos pelo destino dos personagens, que além de transmitir belíssimas lições de vida, lembravam um pouco das novelas mexicanas pelo dramalhão em si, mas eu adorava, tanto que marcou-me muito! Acho que estou ficando velha! (risos).
Para quem ainda não sabe a Alfaguara é um selo da Editora Objetiva. Com muita comoção, o enredo desse romance transcorre sobre a paixão e perda através de uma singela história de amor que desafia a morte. Foi adaptado para o cinema, para uma série de TV e tornou-se um mangá.
A sua voz, me chamando, ainda ressoa em meus ouvidos. Gostaria que esse sonho se tornasse realidade, e a realidade, um sonho. Sei que é impossível. (...). Choro porque, ao deixar o sonho agradável e retornar para a realidade triste, existe uma fenda pela qual não há como passar sem derramr lágrimas. Já tentei inúmeras vezes, nunca consegui.
Pág. 8
Sakutarô e Aki, conheceram-se na sexta série do ensino fundamental de uma escola situada em uma cidadezinha japonesa e instantaneamente tornaram-se amigos inseparáveis, o que acabou provocando o ciúme e a antipatia dos rapazes, pelo fato dela ser bonita, simpática, inteligente, encantadora e popular, já que é muito estimada pelos alunos e professores.
Ele gostava de rock e praticava kendo; ela adorava hortênsias, estudar ouvindo música. Ele morava no terreno da Biblioteca Municipal, que era um patrimônio cultural e detestava, mas ajudava a mãe na biblioteca. (risos).
Como a ingenuidade da infância e da adolescência costumam pregar peças do destino! Ele nunca percebeu o quanto Aki era encantadora por conta de sua proximidade. Mais tarde, viria a saber o motivo daquela inquietação e tira um grande peso das costas.
- Olha, Matsumoto, não tem nenhuma importância você ficar falando coisas sobre mim, mas é que no mundo existem pessoas que realmente estão doentes e sofrendo. Mesmo que seja apenas uma brincadeira, não gosto que se aproveitem da situação dessas pessoas para despertar a compaixão alheia.
Pág. 19
(...). Senti medo de estar tão feliz. Se a quantidade de felicidade era determinada para cada pessoa, naquele momento eu talvez estivesse esbanjando a felicidade de uma vida inteira. (...).Pág. 25
Adorei inúmeras lições que o livro traz:
"A nossa vida se torna longa e entediante quando estamos sós. Mas, quando compartilhamos com alguém, num piscar de olhos estamos na bifurcação entre a vida e a morte."Pág. 26
Essa parte foi apenas um dos momentos que me tocaram profundamente!
(...), para consolar o coração de alguém que perde a pessoa amada, ela precisa acreditar que algum dia estará novamente ao seu lado. E esse tipo de sentimento, segundo ele, nunca mudou e jamais mudará.Pág. 45
(...). Nossos olhos se encontraram, formaram um elo invisível e, quando me dei conta, nossos lábios se tocaram. Seus lábios tinham o aroma de folhas secas. (...) e pressionou seus lábios contra os meus. (...), com mais intensidade.Pág. 47
Como um casal apaixonado, trocam muitas juras de amor e fazem inúmeras promessas e nada parece ameaçar a felicidade e a paixão arrebatadora dos jovens, que descobrem os idílios do primeiro amor.
- (...) o casamento nada mais é do que um acordo estabelecido entre um homem e uma mulher socialmente independentes. Isso significa que as pessoas doentes ou as que estão impossibilitadas de se tornar independentes jamais poderão se casar.Pág. 56
- (...), mas, quando uma pessoa passa a gostar de outra, essa outra se torna mais importante do que ela. (...). Uma pessoa que descobriu a capacidade de gostar de alguém com certeza descobriu algo muito mais importante do que as descobertas premiadas com o Nobel. Se o ser humano não é capaz ou não quer dar a devida importância a isso, melhor seria se o homem fosse extinto para sempre. (...).
- (...).
- Tem gente que se acha o tal só porque é um pouco mais inteligente, mas na verdade é um trouxa.Pág. 57
- (...). O que realmente me preocupa não é o fato de não ficar (...), mas de me tornar uma pessoa má por causa dessa (...). Eu não sei o que faria se eu deixasse de ser o que sou e, com isso, você deixasse de gostar de mim.Pág. 95
Eu também não consigo me imaginar casando com outra pessoa a não ser você; muito menos pensar que vou ter filhos e ser pai. Por isso, você tem (...); senão, estou perdido.Pág. 96
- Eles acreditam que existe uma razão para que todas as coisas do mundo existam - disse ela, em outra ocasião. - Para todas as coisas do universo há um motivo, e não existem mudanças repentinas e casualidades. Se pensamos que essas mudanças existem, é porque não compreendemos o universo. Deve ser porque o ser humano ainda não tem sabedoria suficiente para entender.Pág. 97
(...). Por um instante, senti-me tragado por um redemoinho de deslumbrante felicidade. Era como se cada sulco que compõe um pequenino coração, vibrasse com doçura, repleto de alegria. Era como reviver a alegria do primeiro beijo; reviver a alegria do primeiro abraço. Mas, no instante seguinte, o reluzente redemoinho foi silenciosamente tragado pelo abismo escuro e, quando me dei conta, estava atordoado (...).Pág. 112
Mas, uma coisa, eu garanto! Independentemente do final, sempre há um fio de esperança, onde o amor é capaz de superar tudo. Por isso, sempre torcemos por uma bela história de amor! Afinal, o amor suporta tudo e é um sentimento tão grandioso que é capaz de transformar! Por isso, deixo abaixo um trecho da linda carta de Paulo aos Coríntios, presente também no filme "Um Amor para Recordar", com Mandy Moore e Shane West, porque achei que combina perfeitamente com esse livro, que está mais do que recomendado!
"O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz incovenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (I Coríntios 13:4-8a)
O livro parece ser lindo, mesmo que o fim não seja feliz, as vezes é bom variar os finais não é verdade? ótima resneha, adorei!
ResponderExcluirEi, Carla!
ResponderExcluirVocê me conquistou completamente para a leitura com esse trecho final, da Bíblia! Amo ele!
Deve ser lindo e tocante esse livrinho, apesar do final triste!
Bjus,
Náh
Parece ser um livro triste e lindooo
ResponderExcluirNunca ouvi falar, agora sim! XD
vai pra minha extensa lista de futuras leituras rsrs
bjsss
aaah, te indiquei pra um meme lá no blog, carlinha
ResponderExcluirhttp://www.toaletefeminino.com/2011/04/meme-desafio-literatura-nacional.html
Ain, Carlinha, eu sou coração mole! Final que não é feliz sempre me faz sofrer!!!
ResponderExcluirSerá que eu aguento ler???? #manteigaderretida
Oi, Carlinha!
ResponderExcluirAdorei a resenha! O livro deve ser lindo!
Adorei a citação no final.
Bjs
Ah, esse livro parece ser lindo demais!!! Quero muito ler \o/
ResponderExcluirPS: Não sei por que, mas no oriente eles têm uma queda por finais infelizes ><
oi Carla.
ResponderExcluirnão conhecia esse livro, mas achei interessante.
vou procurar para ler. ^^
beijos.
O livro parece ser muito bom mesmo, mas devo confessar que não faz o meu gênero favorito, preciso acordar muito inspirada para ler esse livro, pois contumo a sofrer junto com os personagens
ResponderExcluirEstou louca para ler este livro!!
ResponderExcluirJá li o manga( tem resenha dele no blog confere lá depois) e gostei, mas acredito que ficou beeeem vago para um unico volume, por isso quero tanto ler o livro para ver se consigo me emocionar mais.
Beijos!
https://tamigarotaindecisa.blogspot.com.br/