O Teorema Katherine - John Green

O TEOREMA KATHERINE
JOHN GREEN
Intrínseca


Este é o segundo livro (An Abundance of Katherines, 304 p.) do autor que tive o prazer de ler, mas A Culpa é das Estrelas ainda é o meu favorito.


“Como alguém para de ter pânico de ser deixado para trás e acabar sozinho para sempre e não significar nada para o mundo?”
Pág. 179

Complexo e divertido, o nerd Colin já namorou dezenove Katherine, mas inexplicavelmente todas terminaram com ele e para sair de seu estado depressivo, cai na estrada sem rumo viajando em seu Rabecão de Satã, na companhia de seu melhor amigo árabe Hassan, um jovem hilário e inteligente que tenta convertê-lo. Além de preguiçoso e não querer cursar uma faculdade, Hassan só quer curtir, sem pensar no futuro, porque tem uma falta de ambição admirável e uma apatia acerca da vida.


Qual o sentido de estar vivo se você nem ao menos tenta fazer algo extraordinário? Que estranho acreditar que um Deus lhe deu a vida e, ao mesmo tempo, achar que a vida não espera de você nada mais que ficar vendo TV.
Pág. 46

Com seu caderninho de anotações, Colin está tentando elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Imprevisibilidade das Katherines usando cálculos matemáticos com o intuito de antever o futuro.

Desde pequeno queria ser o autor de grandes descobertas. Nunca foi bom em fazer amigos, já que sofria bullying na escola e odiava seus colegas - principalmente os que não tivessem o nome Katherine, sem nenhuma abreviação do nome -, e vice-versa. Seu único consolo é que um dia seria famoso.


Prodígios conseguem aprender rapidamente o que outras pessoas inventaram; gênios descobrem o que ninguém descobriu. Prodígios aprendem; gênios realizam.
Pág. 16

Apesar de ser um bom filho, estudioso e não ter vícios, seus pais – professores de francês e sociologia -, sentem que falharam com ele.


- É doloroso para mim dizer isso, Colin, mas se você quer continuar a evoluir intelectualmente precisa se esforçar agora mais do que nunca. Do contrário, corre o risco de desperdiçar todo o seu potencial.
Pág. 20

Aos 17 anos, ele é um ex-prodígio com grande potencial, que fala 11 idiomas e viciado em anagramas, que é sua única esperança de originalidade. Sem saber sussurrar, seu único desejo é que alguém o ame além de fazer algo significativo em sua vida, porque atualmente está se sentindo um fracasso e devastadoramente solitário, pois já passou por um ciclo de sentimentos: raiva, arrependimento, saudade, esperança, desespero e vice-versa. Estava convencido que as relações amorosas eram monótonas e previsíveis.


Estranhamente estava deprimido demais para derramar lágrimas. Magoado demais. A sensação era de que Katherine havia roubado dele a parte que chorava.
Pág. 8
É possível amar muito alguém, ele pensou. Mas o tamanho de seu amor por uma pessoa nunca vai ser páreo para o tamanho da saudade que você vai sentir dela.
Pág. 141

Seu caráter e sua paixão, seus erros e fraquezas o levam a Gutshot, uma cidadezinha do interior do Tennessee, para fugir das lembranças da décima nona Katherine, onde conhece a jovem caipira Lindsey, uma guia turística que trabalha numa mercearia, e sua mãe Hollis, cuja família ė dona de uma fábrica.

Sua mãe quer que ela curse uma faculdade e seja inspirada por Colin, cuja mãe queria que ele vivesse uma aventura e levasse a vida de um garoto normal, enquanto seu pai queria que ele transcendesse seu talento, mas ao mesmo tempo em que era enaltecido também o ridicularizavam.

Apesar de estar tendo um momento pessimista e ser egocêntrico, quer ser um gênio, fazer ou ser alguma coisa importante e ainda tem esperança de reconquistar sua última namorada. Será que vai conseguir? Só garanto que suas descobertas mudarão sua vida e a de seus novos amigos para sempre.

O melhor momento do livro é quando Hassan abre o jogo (Págs. 177 e 178). Tive pena do Colin, mas amigo também é aquele que dá umas sacudidas com a verdade, mesmo que esta doa.

Percebi que o autor tem uma sensibilidade nata na arte de escrever capítulos curtos, coloquialmente e com personagens plausíveis, com suas qualidades e defeitos como todos nós, cujos dramas são tão realistas que parece que os conhecemos. Diferente de A Culpa é das Estrelas, a leitura é extremamente agradável.

Envolvente, a narrativa em terceira pessoa é imprevisível em uma trama espirituosa e melancólica, com teorias matemáticas mirabolantes e extremamente divertidas com notas de rodapé geniais que garantem um sorriso em seu rosto.

O livro aborda todas as fases das relações amorosas de um adolescente em meio aos seus anseios e aflições.


- É que você fica o tempo todo se preocupando com o fato de deixar de ser prodígio ou de levar o fora de alguma namorada ou com sei lá mais o quê, e nunca, nem por um segundo, fica agradecido. Você foi o orador da turma. Você vai para uma faculdade excelente ano que vem, de graça. E daí que talvez você não seja uma criança prodígio? Isso é bom. Pelo menos não é mais criança. Ou pelo menos não era mais para ser.
Pág. 51

Se na minha época escolar, os professores dessem aulas como o amigo do autor John Green, seriam bem mais interessantes e divertidas, já que no meu tempo eram tão monótonas. Ao rever os cálculos de Colin, viajei no tempo.

De um jeito irônico, o livro aprofunda em diversas mensagens reflexivas nas entrelinhas, entre elas: Estamos sempre nos reinventando, por isso devemos encarar nossos medos de frente rumo à felicidade, já que somos definidos pelas coisas que nos são caras e isso é o que reafirma a importância de nossos valores.


(...) Colin sempre podia contar com os livros. Os livros são o melhor exemplo de Terminado: deixe-os de lado e eles o esperarão para sempre; dê-lhe atenção e sempre retribuirão seu amor.
Pág. 148
“Alguma vez você já se perguntou se as pessoas gostariam mais ou menos de você se pudessem vê-la por dentro? (...). Se pudessem me ver do jeito que eu me vejo, se pudessem viver nos meus pensamentos, será que alguém, qualquer pessoa, me amaria?”
Pág. 201
Eu serei esquecido, mas as histórias ficarão. Então, nós todos somos importantes – talvez menos do que muito, mas sempre mais do que nada.
Pág. 283




3 comentários:

  1. Adorei a resenha. O livro parece ser ótimo, e amei a sua última citação.

    E conheça o meu blog também. Estou fazendo minha primeira promoção, se você quiser participar.
    bjus

    http://meumundinhoficticio.blogspot.com.br

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  2. Oi, Carlinha!

    Esse livro parece ser ótimo. Ainda não li nada do autor, mas quero muito!

    Beijos,
    Inara
    http://www.lerdormircomer.com.br/

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  3. Oi Carla!!

    Engraçado, li muitas coisas boas sobre este livro, você reforça isso, mas ele não me cativou! Sei lá... rsrsrsrsrs

    Talvez ainda leia, mas não vai ser pra já. (:

    Seu blog é maravilhoso. Eu comecei um há poucos dias, gostaria de te convidar a dar uma passada lá e avaliar com seu senso crítico, e, se puder, me dar umas dicas... ficaria muito feliz!! (:

    http://escrev-arte.blogspot.com.br

    Beijos. Boas leituras.

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