Uma Curva na Estrada - Nicholas Sparks

UMA CURVA NA ESTRADA
NICHOLAS SPARKS
Arqueiro


Sou uma grande fã dos romances de autor, mesmo que seus últimos livros tenham me decepcionado um pouco, o que foi o caso deste (A Bend in the Road, 304p.), mas abaixo vou explicar o motivo da minha frustração.

O livro começa com um narrador nos alertando: “Esta é acima de tudo uma história de amor e, como tantas histórias de amor, a de Miles Ryan e Sarah Andrews começa com uma tragédia. Ao mesmo tempo, é também uma história de perdão.”

Ele é o grande mistério que permeia a trama e, quanto vocês menos esperam, as vidas dos personagens estarão ligadas para sempre devido a um grande sacrifício que este fará para salvar um homem de si mesmo. Se preparem!


“A ânsia de observá-los ficava saciada e era substituída pela culpa e nessas noites eu me desprezava. Rezava implorando perdão e chegava a pensar em me matar.
Eu, que antes era alguém que acalentava sonhos de provar meu valor ao mundo, agora detestava a pessoa em que havia me transformado.”

Miles Ryan é um subxerife de uma cidadezinha do Sul dos Estados Unidos, sedutor e rústico. Casado com a generosa e encantadora Missy, seu primeiro e único amor da juventude, cuja força de vontade era imensa e suas vidas giravam em torno da família.


O amor deles era mais forte do que tudo, mas esta veio a falecer sob circunstâncias trágicas assombrando a vida de Miles e de seu filho Jonah, mas nada os preparou para o que viria.

Há dois anos, sua vida perdeu o foco, por conta da solidão e da depressão profunda, tornando-se um pai totalmente relapso e ausente na vida do filho, que tinha pesadelos. Não conseguia sequer se imaginar amando outra mulher, como se o amor, o desejo, a companhia e o sexo fossem inexistentes. Apesar de a esposa estar para sempre em seu coração, se vê ansiando em compartilhar a vida com alguém.


“Queria encontrar alguém que não só o amasse, mas a Jonah também. Alguém que conseguisse fazê-lo rir, com quem pudesse compartilhar uma garrafa de vinho durante um jantar despreocupado, alguém para abraçar, tocar e sussurrar baixinho no ouvido com as luzes apagadas.”

Guarda um dossiê com o intuito de descobrir o verdadeiro culpado, que fugiu impune para despistá-los. Não houve testemunhas e tampouco alguém confessaria o crime. Como um agente da lei e como marido tinha um grande desafio pela frente: punir a pessoa que havia arruinado sua vida e que esta pagasse caro por seus atos. 

“Alguém tinha atropelado Missy de propósito. Algum sociopata que matava pelo simples prazer de matar. Ou que matava para se vingar de Miles Ryan?”
Por que cobrir o corpo e depois fugir? Não fazia sentido. Quando comentara a respeito com Charlie, este lhe dissera uma coisa que o assombrava até hoje: “É como se o motorista estivesse tentando se desculpar.”

Foi um golpe para Miles, que encarou o acidente como um fracasso pessoal, porque até hoje o caso não foi solucionado e ele se culpa por isso. Depois disso, se isolou do mundo e não sabia em que acreditar, mas não iria desistir de encontrá-lo para seguir em frente.

Um dia, conhece Sarah, a professora de Jonah, que está tentando recomeçar sua vida e superar um divórcio conturbado, que ainda traz lembranças dolorosas.


Além disso, Miles teve uma infância complicada e ficou perturbadoramente atormentado devido a um período difícil, mas apesar de relapso ainda é um pai amoroso. Um homem gentil, paciente, que move mundos e fundos pelos amigos. É alguém raro que, quando ama, ama incondicionalmente.

“Conhecia Missy – seus sentimentos e temores, as coisas de que ela gostava e as de que não gostava. Mas aquela atração por Sarah lhe parecia... nova e o fazia se sentir novo também, como se tudo fosse possível. Não havia se dado conta de quanto essa sensação lhe fizera falta.”

Mesmo incompatíveis, os dois nem imaginam o quanto tem em comum e se veem completamente atraídos.


“Mas o que faria a partir dali? Dessa parte ainda não tinha certeza. Para começar, não podia prever como as coisas se desenrolariam em relação a Sarah. Não sabia nada sobre ela. No fim das contas, talvez os dois não fossem nada compatíveis. Milhares de coisas podiam condenar um relacionamento. Mesmo assim, sentira-se atraído.”

Mesmo sentindo que falta algo em sua vida, será que Miles amará Sarah do jeito que é? A relação dos dois sobreviverá aos conflitos do passado que ainda assombram suas vidas?


“Se não der certo por algum outro motivo, tudo bem, eu aguento. Mas não tenho forças para enfrentar de novo o que já enfrentei uma vez.”

Mesmo tendo emoções contraditórias acerca de algumas atitudes de Miles, ele é um personagem tão cativante quanto Jonah, que me enterneceu.

O que Sarah e Miles nem sequer preveem é que, embora estivessem prontos para deixar o passado para trás, alguns acontecimentos tornariam isso impossível e cai como uma bomba em suas vidas amplificando ainda mais o sentimento de perda devido à incredulidade, raiva, frustração, fúria e medo.


“Eu não preciso de tempo. Você não me disse nada capaz de mudar o que sinto por você.”

Sobreviverão e superarão a dor dos eventos traumáticos que ainda assolam suas vidas?

Unidos ou separados, conseguirão encontrar a verdadeira felicidade e finalmente perdoar?


“Teria conseguido viver sem conhecer Miles. Mas apaixonar-se por ele e depois perdê-lo?”

A capa segue o mesmo padrão dos outros livros do autor lançados pela editora. Encontrei alguns erros de revisão, mas são irrelevantes. Não posso negar que há muitas similaridades em relação às outras tramas. Os capítulos são narrados em primeira e terceira pessoa com personagens bem construídos.

Dentre vários romances que já li de Sparks, este não é o melhor pelo fato da trama se desenrolar lá pela metade do livro. 


Em alguns momentos achei o enredo intenso e envolvente, o que me comoveu por sentir todas as emoções dos personagens, sendo elas: alegrias ou dissabores.

Foi mais um romance que tive o prazer de ler sem chorar. Não vou negar que me emocionei, mas não derramei uma lágrima como nos outros que tive o prazer de ler


Apesar dos momentos tensos, tudo foi entremeado com uma simplicidade que me cativou por conta do suspense que permeia a trama, que é ótimo.

NÃO LEIAM AS ÚLTIMAS PÁGINAS, SENÃO PERDE A GRAÇA DO MISTÉRIO! Mesmo tendo desvendado quem era o culpado desde o início, a reviravolta foi chocante, chegando ao ápice!

Apesar do desfecho satisfatório e surpreendente, gostaria que o autor tivesse desenvolvido melhor a cena final, porque esperava mais daquele reencontro. Achei que ficou meio frio, sabe? Quem leu, sabe a que me refiro.

Além de aprender a amar, a maior lição deixada aqui é saber encontrar o perdão.


2 comentários:

  1. Oi Carla, como fã do autor não vou deixar de conferir este livro, só acho que a editora deveria mudar um pouco as capas dos livros do Nick, pois estão ficando bem parecidas, parece até uma série.
    Bjs, Rose.

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