Alta Sociedade - Sarah Mason

ALTA SOCIEDADE
SARAH MASON
Bertrand Brasil


Segundo romance chick-lit da autora que leio (High Society, 322 p.) que narra as aventuras e desventuras de Clemmie Colshannon, a irmã desengonçada de Holly, a jornalista que protagonizou “Um Amor Detetive”.

Clem é uma jovem encantadoramente ingênua, excêntrica e tão desastrada quanto sua irmã
, já que sempre se sentiu inadequada e desengonçada. Vive com mania de perseguição devido às situações constrangedoras que passa por causa de sua família completamente caótica, mas unida.

Avalia obras de arte para uma seguradora, mas ao ser demitida do emprego por uma traição de seu namorado sofisticado e bem-sucedido, refugia-se na casa dos pais, na Cornualha, até decidir que rumo dar na vida.


Não podia acreditar que aquele homem que eu imaginei conhecer, com quem dormi, compartilhei inúmeras coisas, até imaginei casar, não era o homem que eu pensava ser. Em que ponto do nosso relacionamento ele mudara tanto?
Pág. 35

Com a confiança destruída por Seth, que sempre a tratou como lixo, e a carreira no limbo, começa a trabalhar como garçonete em um café, enquanto sua mãe está às voltas com a peça teatral paroquial “Jane Calamidade” e vive encarnando seus personagens, o que enlouquece todo mundo; seu irmão Barney, um surfista irresponsável e adorável, está afim de uma garota misteriosa e sua irmã Holly está em busca de uma matéria jornalística antes que seja demitida (Neste livro, vemos como anda sua vida atualmente desde o desfecho de “Um Amor de Detetive”).

Com o relacionamento com James e o emprego por um fio, Holly se vê sem saída e começa a investigar sua colega
esnobe e metida, Emma. Filha de um promotor público, relações públicas e colunista do jornal de Bristol onde escreve sobre a “Alta Sociedade” (daí vem o título do livro), que se demitiu e desapareceu sem deixar rastros.

Em busca de seu paradeiro, com a ajuda de Clemmie, acaba ficando na mira de um ex-presidiário sedento por vingança arriscando a vida de toda a sua família, que se veem obrigados a fugir para o sul da França.


Por quê? Porque sou uma burra? Ou somente inacreditavelmente ingênua? Precisa de alguém para enfrentar um pai carrasco? Bom, basta chamar Clemmie Colshannon. Inocência é o meu forte.
Pág. 75

Enquanto Holly sempre acha uma saída, Clemmie mete os pés na lama, porque se tornou desconfiada em relação aos homens e da sua capacidade de avaliar as pessoas.


- Definitivamente, homens não estão na minha agenda. Quem sabe quando eu sair do convento, daqui a vinte anos.
Pág. 53

Aos 27 anos, Sam, o melhor amigo de Barney, é um advogado workaholic e presença constante na vida dos Colshannon, que é órfão de pais e foi criado pela tia. Namora a atuária Charlotte que traz sentimentos contraditórios entre os membros da família.


É viril, lindo de morrer, meticuloso e sensato, além de ríspido, superprotetor e extrovertido com seus deboches sarcásticos que faz com que seja pior do que um irmão irritante com comentários inapropriados diante da ingenuidade de Clemmie, que sempre envolveu-se em situações engraçadas e constrangedoras, porque tudo conspira contra ela, que acaba sendo vítima.

O relacionamento entre os dois sempre foi tenso, porque nunca se sentiram perfeitamente à vontade um com o outro. Sempre acabam discutindo, já que este a irrita demais. Por isso, fica sempre na defensiva.


O nosso relacionamento é mais difícil, como dois boxeadores dando voltas em um ringue. Em um determinado momento, acho que sei exatamente em que pé estamos e, de repente, ele muda todas as regras.
Pág. 79

Infelizmente, ela não enxerga que ele é o amigo para toda hora, mas ela nunca deu valor à sua presença nos bons e maus momentos.


Fico imaginando por que nunca reparei nele em todos esses anos. Acho que estive ocupada demais com a minha vida. (...). É muito difícil notar alguém que tem um longo histórico de chateações.
Pág. 238

Será tarde demais para ver que o homem ideal estava na sua frente o tempo todo?


Meu Deus, ele é maravilhoso. Será esta uma das últimas vezes em que ficaremos só nós dois juntos? Sinto-me um pouco desapontada porque, se ele sentisse alguma coisa por mim, esta seria sem dúvida uma boa ocasião para dizer algo.
Pág. 265

Primeiramente, quero dizer que este livro é uma história paralela ao romance "Um Amor de Detetive", mas pode ler separado sem nenhum problema, que não prejudica a leitura, mas tem detalhes acerca de Holly que só quem leu o primeiro romance vai entender.


Em relação ao título, achei que não tem nada a ver com o enredo em questão, só pelo fato mencionado acima e, a meu ver, a escritora pecou nesse quesito.

Narrado em primeira pessoa sob a perspectiva de Clemmie. Conquistou-me desde o princípio por ser descontraído e por se aprofundar mais no humor do que no romance em si, o que me fez sentir falta. Em comparação com o primeiro livro, esperava mais.



Apreciei o desfecho, que foi previsível, mas ainda anseio por uma continuação, porque queria ver mais acerca de Holly, James, Clemmie e Sam. 


O enredo foi dosado na medida certa, mas em determinadas situações achei que a autora exagerou e queria que mantivesse o foco na Clemmie em vez de na família e no mistério envolvendo Emma, o que acabou perdendo um pouco o rumo na protagonista.


Apesar disso, me diverti muito com as confusões que os personagens se metem. Há momentos engraçadíssimos com Morgan, o pequinês velho e fedorento, que urina em tudo o que vê pela frente e com Norman, a gaivota grande, devoradora de sardinhas e fedorenta.

- (...) minha mãe ficou dando sardinhas para ele esta tarde enquanto ele boiava na banheira e não me avisou. E eu fui tomar um banho de banheira quando voltei do trabalho. Acho que o óleo delas grudou em mim de algum modo.
Pág. 177

Os Coshannon são tão aloprados quanto os Walsh dos romances da escritora Marian Keyes. Em algumas situações, eram completamente inconvenientes, o que me recordou de algumas cenas da série “White Collar” entre os personagens Neal Caffrey e Sara, quando alguém aparecia nos momentos impróprios, mas estou devaneando... Retomando.


Adorei a forma como Sarah Mason retratou os personagens com os quais me identifiquei em algumas situações, onde tive um torvelinho de sentimentos e torci a cada minuto por um final feliz.

A leitura foi completamente despretensiosa. Fazia tempo que não me divertia tanto, porque esta história foi envolvente e conseguiu me desanuviar por alguns dias, porque é relaxante.

Um comentário:

  1. Adoro livros divertidos!
    Preciso ler algo assim depois que sair dessa minha fase drama total, que ainda demora 3 livros para eu sair, kkk
    Anotando aqui!

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