O MELHOR DE MIM
NICHOLAS SPARKS
Este livro, cujo original em inglês intitulado The Best of Me, com 272 páginas, é mais um romance do autor que leio, e o primeiro publicado pela editora Arqueiro.
Aos 42 anos, o infeliz Dawson Cole atualmente trabalha como torrista em uma plataforma de petróleo e vive em um lugar isolado de Nova Orleans, onde leva uma vida discreta, solitária e rotineira, seja lendo ou cuidando do lar. Com um olhar cauteloso e intenso, carrega muita dor e tristeza, além de um grande fardo de culpa nas costas por não conseguir perdoar uma fatalidade do destino.
Desde a adolescência, nunca mais se apaixonou, até que com a morte de Tuck Hostetler (um viúvo introspectivo e misterioso de 61 anos, que ofereceu abrigo, se tornou seu verdadeiro amigo, confidente, mentor e pai), as lembranças do passado voltam com força total ao retornar à cidade natal, tentando fugir das suas origens, já que pertencia a uma família de criminosos e arruaceiros valentões e de pavio curto (condenados por todo tipo de crimes, entre eles: roubo, agressão, incêndio criminoso, homicídio e assassinato), cuja marca era a violência e a possessividade com os filhos.
Diferente da família, ele sempre foi inteligente, gentil, cordial, centrado, estudioso, honesto, introspectivo, enigmático, calado, maduro e evitava ficar perto de encrenca, mas era violentamente espancado pelo pai e pelos primos, que achavam tudo muito natural, o que me deixou profundamente chocada com a brutalidade dos atos.
Na época, achava que Amanda Collier, seu primeiro amor, lhe daria forças para fugir do destino sombrio, porque compartilhavam sonhos, ideais, anseios e segredos. Ela era teimosa, franca, popular, desejada pelos rapazes, animadora de torcida e se importava com o próximo, enquanto ele foi criado lá, mas nunca pertencera a este lugar, que era habitado por famílias poderosas da região.
Desde que se conheceram, foi amor à primeira vista, mas este relacionamento não era bem visto pelos olhos da família dela, que era tradicional e influente, desafiando as convenções de Oriental. Mesmo assim, ela via nele um porto seguro para a sua liberdade, porque sonhava estudar em uma universidade renomada, mas o destino cruelmente implacável acabou separando-os pelas diferenças sociais, apesar do sentimento incondicional, já que tudo conspirava contra a relação, abalando seus corações.
Enquanto ela seguia com a vida, ele passou quatro anos preso por causa de um acidente fatal. Apesar da separação, este amor deixou marcas profundas.
Atualmente, casada com o sério e inteligente Frank, um dentista na crise da meia-idade, e com quatro filhos, ela enfrenta uma crise conjugal e tenta lidar com a dor da perda da filha e com o alcoolismo do marido. Trabalha como voluntária em um hospital e está esgotada com a vida que leva cuidando e se preocupando constantemente com a família. Até quando iria tolerar essa situação?
Depois de vinte e cinco anos separados, reencontram-se pela primeira vez e Dawson desperta nela algo que não sente há anos. O que teria acontecido se tivessem ficado juntos? Seriam felizes e viveriam em paz sem serem assombrados pelo passado?
Ambos são confrontados com a proximidade e o passado que os atraía, deixando-os confusos, porque nunca se esqueceram, porque nem o sentimento, o tempo e a distância pode separar um grande amor. Será que o amor sobreviveu a tanto sofrimento?
Ainda havia tempo para os dois, cuja história ainda estava inacabada? Será que depois de tanto tempo, darão vazão a esse amor e terão um final feliz? Só posso adiantar que esse reencontro acarretou uma mudança drástica em suas vidas para sempre por meio de descobertas, emoções, cenas impactantes, mistérios envoltos em um lado sobrenatural, suspense e uma grande reviravolta, que culminou no final previsível, onde mais uma vez o autor me levou às lágrimas.
Já li vários romances deste autor e neste a leitura fluiu de forma envolvente em um enredo intenso, dramático pelas situações e pela violência. Ao mesmo tempo em que nos identificamos com os dramas vividos pelos personagens (Dawson me lembrou do personagem Cole Harrison, personagem do romance contemporâneo "Lembranças de nós Dois", da autora Judith McNaught, cujo único pecado era ter nascido na família com o sobrenome Harrison. Eles têm muito em comum, mas Cole era forte, bem diferente deste, que deveras resignado. Identifiquei-me com essa característica de sua personalidade, mas não atinei com o seu conformismo, porque diante das vicissitudes ele não agia para reverter a situação), a história tem um lado singelo que incute a esperança naqueles que perderam a fé na vida e no amor.
Adorei algumas mensagens nas entrelinhas, entre elas:
Mesmo previsível, o desfecho me devastou e fiquei me questionando sobre a injustiça de todo o ocorrido, porque ele não merecia. Nesse momento, não pude conter a emoção. Fiquei um pouco frustrada em ver que mais uma vez o mal saiu triunfando, mas são coisas da vida e da triste realidade em que vivemos. Torci a todo o momento por um final feliz, mas isso é exceção nos livros do Sparks. Gostaria de ter visto os vilões tendo o seu merecido castigo. Nesse quesito, acho que faltou algo mais elaborado, como também o aprofundamento de algumas questões.
Quanto à diagramação e à revisão, não tenho nada a declarar, porque estão impecáveis.
Aos 42 anos, o infeliz Dawson Cole atualmente trabalha como torrista em uma plataforma de petróleo e vive em um lugar isolado de Nova Orleans, onde leva uma vida discreta, solitária e rotineira, seja lendo ou cuidando do lar. Com um olhar cauteloso e intenso, carrega muita dor e tristeza, além de um grande fardo de culpa nas costas por não conseguir perdoar uma fatalidade do destino.
Desde a adolescência, nunca mais se apaixonou, até que com a morte de Tuck Hostetler (um viúvo introspectivo e misterioso de 61 anos, que ofereceu abrigo, se tornou seu verdadeiro amigo, confidente, mentor e pai), as lembranças do passado voltam com força total ao retornar à cidade natal, tentando fugir das suas origens, já que pertencia a uma família de criminosos e arruaceiros valentões e de pavio curto (condenados por todo tipo de crimes, entre eles: roubo, agressão, incêndio criminoso, homicídio e assassinato), cuja marca era a violência e a possessividade com os filhos.
Diferente da família, ele sempre foi inteligente, gentil, cordial, centrado, estudioso, honesto, introspectivo, enigmático, calado, maduro e evitava ficar perto de encrenca, mas era violentamente espancado pelo pai e pelos primos, que achavam tudo muito natural, o que me deixou profundamente chocada com a brutalidade dos atos.
Na época, achava que Amanda Collier, seu primeiro amor, lhe daria forças para fugir do destino sombrio, porque compartilhavam sonhos, ideais, anseios e segredos. Ela era teimosa, franca, popular, desejada pelos rapazes, animadora de torcida e se importava com o próximo, enquanto ele foi criado lá, mas nunca pertencera a este lugar, que era habitado por famílias poderosas da região.
Desde que se conheceram, foi amor à primeira vista, mas este relacionamento não era bem visto pelos olhos da família dela, que era tradicional e influente, desafiando as convenções de Oriental. Mesmo assim, ela via nele um porto seguro para a sua liberdade, porque sonhava estudar em uma universidade renomada, mas o destino cruelmente implacável acabou separando-os pelas diferenças sociais, apesar do sentimento incondicional, já que tudo conspirava contra a relação, abalando seus corações.
Enquanto ela seguia com a vida, ele passou quatro anos preso por causa de um acidente fatal. Apesar da separação, este amor deixou marcas profundas.
Atualmente, casada com o sério e inteligente Frank, um dentista na crise da meia-idade, e com quatro filhos, ela enfrenta uma crise conjugal e tenta lidar com a dor da perda da filha e com o alcoolismo do marido. Trabalha como voluntária em um hospital e está esgotada com a vida que leva cuidando e se preocupando constantemente com a família. Até quando iria tolerar essa situação?
Por que, quando a vontade beber vinha, ele não conseguia simplesmente virar as costas a ela? E por que Frank se recusava a admitir que isso estava destruindo o casamento dos dois?
Pág. 29
Por mais comprometido que o casamento dos dois estivesse, parte dela ainda acreditava nos votos que tinha feito. Ela amava o homem que ele fora e amava o homem que sabia que ele poderia ser, (...).Pág. 30
Ambos são confrontados com a proximidade e o passado que os atraía, deixando-os confusos, porque nunca se esqueceram, porque nem o sentimento, o tempo e a distância pode separar um grande amor. Será que o amor sobreviveu a tanto sofrimento?
- Eu sabia que você me amava e que seria capaz de tudo por mim. E, em parte, foi por isso que sofri tanto quando você terminou comigo, Dawson. Porque, mesmo naquela época, eu sabia como esse tipo de amor é raro. Só os mais felizardos chegam a conhecê-lo.
Pág. 98
- (...) naquela época, eu tinha noção da minha sorte. (...) não tentava me impressionar o tempo todo. (...), me aceitava do jeito que eu era. Então nada mais importava, nem a minha família nem a sua, nem qualquer outra pessoa no mundo. Bastávamos nós dois.Pág. 115
- (...). Você não é só alguém que amei no passado. Você era minha melhor amiga, a melhor parte de quem eu sou, e não consigo me imaginar desistindo disso outra vez. (...). Eu lhe dei o melhor de mim e, depois que você foi embora, nada jamais voltou a ser o mesmo.
Pág. 185
Adorei algumas mensagens nas entrelinhas, entre elas:
(...) o amor era difícil, assim como a vida. Sofria reviravoltas impossíveis de ser previstas ou mesmo entendidas, e deixava um longo rastro de arrependimento pelo caminho.
Pág. 32
(...), o amor sempre diz mais sobre quem o sente do que sobre a pessoa amada.Pág. 145
Mesmo previsível, o desfecho me devastou e fiquei me questionando sobre a injustiça de todo o ocorrido, porque ele não merecia. Nesse momento, não pude conter a emoção. Fiquei um pouco frustrada em ver que mais uma vez o mal saiu triunfando, mas são coisas da vida e da triste realidade em que vivemos. Torci a todo o momento por um final feliz, mas isso é exceção nos livros do Sparks. Gostaria de ter visto os vilões tendo o seu merecido castigo. Nesse quesito, acho que faltou algo mais elaborado, como também o aprofundamento de algumas questões.
Quanto à diagramação e à revisão, não tenho nada a declarar, porque estão impecáveis.